Degustação

Prosecco rosé existe?

Publicado em 06 de abril de 2020
Atualizado em 01 de abril de 2023
Tempo de Leitura 2 mins. de leitura
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O espumante Prosecco é um fenômeno de consumo mundial e os números não mentem, em 2018 foram produzidas 600 milhões de garrafas, contra 315 milhões de garrafas de Champagne e 216 milhões de Cava (claro, que em receita a região de Champagne está bem à frente: 5,6 bilhões de dólares enquanto a receita de Prosecco girou em torno de 1 bilhão). Devido à grande demanda pelos espumantes Prosecco e observando o crescimento da produção, na última década os preços médios para adquirir pedaços de terra para cultivar, principalmente, a uva Glera aumentaram em 5 vezes.

Algumas razões podem ajudar a explicar o sucesso e a popularização do Prosecco: o preço costuma ser bastante acessível, o álcool é baixo (a maioria em torno de 11-12%), geralmente o corpo é leve e muitos possuem concentração de açúcar que o classificam como Extra-dry (12-17g/L de açúcar), mais açúcar que o Brut, mas mantendo-se refrescantes. Inclusive, a queda na venda de outras bebidas com alguma similaridade pode ter ajudado na alavancada sentida pelos produtores de Prosecco. A versatilidade de consumo, como composição em drinks, é também uma das possíveis causas do aumento da demanda.

Sem dúvidas, a região Prosecco e seus espumantes quase inconfundíveis em uma degustação às cegas, entregou um clima de paz ao atingir a incrível marca de um bilhão de dólares de receita para o nordeste da Itália, que muitas vezes enfrenta problemas econômicos.

Diante de um cenário animador, estilos diferentes de produção começam a borbulhar cada vez mais. O espumante Prosecco é diretamente associado ao método Charmat (segunda fermentação em tanques de aço inox), entretanto alguns produtores já investem mais fortemente na produção pelo método Tradicional (segunda fermentação nas garrafas, assim como ocorre em Champagne), com o objetivo de tornar o produto mais requintado, com maior valor agregado. Essa forma de produção é aceita pela legislação.

 

Prosecco Rosé?

Com o objetivo de diversificar a produção, há algum tempo o assunto sobre a iniciativa da produção do Prosecco Rosé vem sendo discutida e dividindo opiniões. De acordo com as regras propostas, a uva Pinot Noir poderá ser vinificada em tinto, o que hoje ainda não é permitido. A Pinot Noir é uma uva autorizada, em um máximo de 15% (a uva Glera deve dominar com 85% do corte), porém vinificada apenas em branco. A produção do rosé buscará entrar em uma categoria mais Premium, com diretrizes recomendadas como: mínimo de 2 meses de envelhecimento em tanque e todos devem ser safrados.

Existe uma grande esperança em tornar o Prosecco com maior visibilidade mundial, a fim de obter uma receita ainda mais substanciosa. Mas, na situação atual, é uma preocupação de como dar vazão a uma produção ainda maior frente à pandemia do coronavírus com os mercados fechados e às possíveis taxas norte-americanas que podem aparecer na revisão comercial dos Estados Unidos, importante mercado para os italianos.

 

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