Série Solos: O que o solo de Jerez tem de tão especial?
O solo da região de Jerez é formado por calcário que é chamado de albariza, que possui uma tonalidade branca deslumbrante, percebida principalmente nos meses secos. É rico em carbonato de cálcio (giz) – até 40% -, argila e sílica origina das conchas de diatomita e radiolita que estavam presentes no mar que cobriam a região em épocas passadas.
Esse não é o único solo de Jerez, apesar de que é responsável por abrigar 90% das raízes das vinhas de Jerez, mas é o mais valorizado. Na verdade, os solos com maiores proporções de calcário e elementos de sílica são os melhores da região. No entanto, existe também, em menor quantidade, solos de argila e areia, normalmente encontrados em áreas mais baixas (argila) ou costeiras (areia).
A grande vantagem do solo albariza
Uma característica muito importante do solo albariza é a alta capacidade de reter umidade. Sendo assim, as águas das chuvas que caem no inverno são armazenadas para garantir a nutrição do vinhedo em tempos secos. A irrigação é proibida por lá! O solo funciona como uma esponja que absorve a água, posteriormente o calorão do verão seca a camada superficial e evita a evapotranspiração.
Albariza é um solo, digamos, fácil de trabalhar e por reter bastante umidade facilita bastante uma incrível distribuição do sistema radicular da videira. Para se ter uma ideia, raízes de até 12 metros de comprimento já foram encontradas em até 6 metros de profundidade em solo albariza.
Jerez e Champagne: algo em comum?
Quando falamos de Champagne e Jerez, às vezes fica difícil fazer algum conexão. Champagne é a região produtora de vinhos de qualidade mais ao norte da Europa (bem como o Mosel), é chuvosa e fria. Enquanto Jerez está no extremos sul da Europa, onde o calor extremos marca a viticultura.
No entanto, se olharmos com calma as duas regiões carregam muitos pontos em comum. O solo é um deles, o qual é dominado por giz, chamado “la Craie” em Champagne e “Albariza” em Jerez. Adicionalmente, ambos os vinhos envelhecem por longos períodos. As leveduras executam papel-chave na elaboração tanto em Jerez quanto em Champagne, que vai além da fermentação alcoólica (no caso dos que envelhecem sob a flor). Não menos importante, os dois vinhos muitas vezes são feitos a partir de blends de safras diferentes. Não poderíamos deixar de falar da alta acidez que eles carregam na taça, que pode ser uma ajuda do tipo de solo onde as vinhas crescem.
Veja algumas dicas de vinhos de Jerez para você degustar:
- Barbadillo Oloroso (World Wine)
- Fernando de Castilla Premium Pedro Ximenez (Casa Flora)
- Sánchez Romate Amontillado NPU (Belle Cave)
- Valdespino Inocente Fino (Zahil)
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