Cruzamento entre Uvas: Arinarnoa
Assim como a Marselan do nosso post anterior sobre Cruzamentos entre Uvas, a Arinarnoa também é uma casta tinta que está na lista das novas possíveis queridinhas de Bordeaux. Se as uvas que estão na lista forem aprovadas, os cultivos poderão iniciar em 2020/2021, constituir até 10% do blend final, mas só poderão ocupar 5% da área do produtor, de acordo com o Le Syndicat Viticole des AOC Bordeaux & Bordeaux Supérieur. A Arinarnoa, nosso assunto de hoje, nasceu durante as alquimias de Pierre Marcel Durquéty (criador também da uva Egiodola, que se destaca no Brasil com a vinícola Pizzato), no ano de 1956 no INRA (Institut National de la Recherche Agronomique), em Bordeaux, na França. Durante muito tempo achava-se que o cruzamento que originou a Arinarnoa era entre a Merlot e a Petit Verdot, porém testes de DNA rechaçaram essa teoria e confirmaram que, na realidade, os pais verdadeiros são as uvas Tannat e Cabernet Sauvignon, o que nos leva a concluir que ela é neta da Cabernet Franc e da Sauvignon Blanc. Em 1980, a variedade foi oficialmente aprovada para ser utilizada nas vinificações. A França é o principal produtor, no sul do país e norte de Cognac (não, não se produz apenas conhaques na região). Saindo da França, hectares de vinhas plantadas dessa casta também são vistos na Espanha, no Uruguai e no Brasil. Alguns destaques são a Argentina, com a Família Zuccardi em uma produção muito pequena, também de origem argentina tem a vinícola Santa Julia que produz varietais não tradicionais, na linha Innovación, sendo uma delas a Arinarnoa. No Líbano, o famoso Château Ksara, que inclusive também é associado ao WSET para promoção da educação etílica, elabora um blend com essa uva. Por brotar tardiamente, é uma ótima casta para evitar estragos em anos que ocorrem geadas de primavera. Os cachos costumam ser abertos, que é uma vantagem para evitar acúmulo de umidade e, consequentemente, doenças fúngicas. As uvas têm cascas grossas que concentram compostos fenólicos e de cor, então os vinhos costumeiramente são estruturados, possuem taninos firmes, com cor profunda, e há possibilidades de encontrar nuances herbáceas, o que também é de se esperar ao analisar os parentais.
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