Curiosidades sobre Regiões: Mosel
Publicado em
07 de novembro de 2019
Atualizado em
01 de abril de 2023
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- De acordo com os dados mais recentes, 90,5% da área plantada de vinhedos no Mosel é composto por uvas brancas. São três castas alemãs principais, sendo distribuídas da seguinte forma: 61,5% da área é ocupada pela Riesling, 11,2% é representada pela Müller-Thurgau (conhecida também como Rivaner) e 5,6% pertence à Elbling – principalmente usada para vinho-base espumante. Dentre as tintas, a principal é Spätburgunder (mais conhecida como Pinot Noir em outros países).
- Devido ao clima frio do Mosel, o amadurecimento da Riesling é mais lento quando comparada à outras áreas alemãs, por isso ela permanece mais tempo na videira. Esse amadurecimento prolongado permite o acúmulo de compostos aromáticos que serão passados ao vinho posteriormente.
- O nome da região de Mosel era na verdade Mosel-Saar-Ruwer que fazia referência ao rio Mosel e seus afluentes – Saar e Ruwer, porém não era comercialmente atrativo, nome comprido e de difícil pronúncia. Devido a isso, remodelaram em 01/08/2007 e ficou apenas Mosel.
- O rio Mosel possui um comprimento total de 544 Km – para se ter uma ideia é um pouco mais comprido que a distância entre São Paulo e Londrina (PR). Na França, o rio percorre 302 Km e na Alemanha são 206 Km, também marca a fronteira entre Alemanha e Luxemburgo por 36 Km. Grande parte do rio é possível navegar, é a segunda via navegável mais importante da Alemanha (a 1ª é o Rio Reno). Algumas partes são bastante desafiadoras devido às curvas existentes.
- Mosel possui uma paisagem bastante sinuosa, cujos melhores vinhedos estão localizados em encostas extremamente íngremes (possui algumas das mais inclinadas do mundo, chegam a 70º de inclinação) que costumam estar orientadas para o sul e sudeste, fator que favorece a exposição solar das vinhas. Para auxiliar no amadurecimento das uvas, as ardósias, principalmente azuis e vermelhas, contribuem para o microclima do vinhedo ao fornecer calor extra que ajuda no amadurecimento das uvas.
- A geografia desafiadora dificulta bastante o trabalho nos vinhedos, que muitas vezes só é possível que seja realizado manualmente. Porém, todo o esforço nesse árduo cenário é recompensado com a possibilidade de elaborar estilos diversos de vinhos que vão dos mais secos – Kabinett – aos mais doces – Trockenbeerenauslese (TBA). As marcadas notas minerais, a delicadeza e o álcool mais baixo associados à personalidade forte, o alto potencial de guarda para vinhos de qualidade são algumas características que tornam o Mosel um destaque no cenário mundial.
- A presença dos 3 rios: Saar, Ruwer e, principalmente, o Mosel é outro importante componente que ajuda no aquecimento da região para auxiliar na maturação ideal das uvas e no bloqueio de geadas tardias que pode atrapalhar o ciclo anual. Adicionalmente, eles propiciam boa circulação do ar e corroboram para se ter dias com temperaturas mais altas e noites com temperaturas mais baixas, que permite boa maturação fenólica e manutenção da acidez.
- Vinhas mais próximas dos rios recebem certa nebulosidade que permite o ataque do fungo Botrytis cinerea e origina a podridão nobre. Com as mudanças climáticas a produção desses vinhos tem se tornado cada vez mais difícil.
- A ordem crescente de qualidade da classificação dos vinhedos VDP (Verband Deutscher Pra?dikatsweingu?ter) é a seguinte: Gutswein, Ortswein, Erste Lage® e Grosse Lage® (a mais alta classificação). Se formos fazer associações, seria assim:
- Gutswein = categoria para vinho regional;
- Ortswein = categoria para vinho village;
- Erste Lage® = categoria para vinho Premier Cru;
- Grosse Lage® = categoria para vinho Grand Cru.
- No Mosel, ainda não há vinhedos classificados como Erste Lage®, porém possui 74 classificados como Grosse Lage®, que somam 1 257,90 ha.
- Alguns produtores se destacam na produção de vinhos VDP no Mosel, entre eles encontram-se Clemens Busch, S.A. Prüm, Schloss Lieser e Dr. Loosen – esse último comercializado pela importadora Inovini.
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